O BRExit, saída do Reino Unido da União Europeia, ainda não foi realizada em definitivo. Mas, caso aconteça, é bom ficar ligado no que pode ser bom ou ruim para quem deseja viajar para lá. A saída definitiva da UE pode ser ruim para o Reino Unido em relação ao livre comércio na região. No entanto, Escócia e Irlanda do Norte onde a maioria da população votou contra a saída da UE, podem fazer novos referendos para sair do Reino Unido e ficar na União Europeia. A Irlanda do Norte, inclusive, pode se unir à Irlanda e formar um único país.
Consequências do BRExit
O que aconteceu de bom nas últimas semanas foi que a libra sofreu uma brusca queda. Dólar e euro também cairam, mostrando que pode ser bom fazer o câmbio nos próximos dias. Em geral, para o turista brasileiro, de verdade, não modifica praticamente nada. Mas, apesar disso, você deve ficar atento aos seguintes itens, tanto na UE, quanto no Reino Unido:
- Acordo de Schengen e novos acordos que possam surgir
- Imigração
- Seguro de assistencia média ou seguro viagem
- Moeda
Acordo de Schengen
É uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários. Um total de 30 países, incluindo todos os integrantes da União Europeia (exceto Irlanda e Reino Unido) e três países que não são membros da UE (Islândia, Noruega e Suíça), assinaram o acordo de Schengen. Liechenstein, Bulgária, Roménia e Chipre estão em fase de implementação do acordo.
Ainda, conforme esse acordo, o cidadão brasileiro tem direito permanecer por 90 dias, a cada 180 dias, nos países que aderiram à convenção.
Imigração
Quando você vem do Brasil para a Europa e desce na Espanha ou qualquer outro país membro da UE que faça parte do Acordo de Schengen, você vai passar pela imigração “europeia” somente uma vez e poderá seguir para França, Itália, sem precisar passar novamente por esta imigração. No entanto, se viajar de um desses países para o Reino Unido, como ir de Paris a Londres pelo Eurotúnel, vai passar pela imigração novamente, quando chegar a Londres. Entretanto, será a imigração britânica.
Caso chegue na Europa pelo Reino Unido e fizer o processo inverso, vai passar somente uma vez pela imigração britânica e, quando sair, vai passar pela “europeia” para poder transitar pelos países membros do espaço Schengen. Isso já acontece hoje e deve continuar assim, se o BRExit for confirmado.
Seguro viagem
Quando se realiza uma viagem para o Reino Unido, você já não precisava adquirir o seguro viagem. O seguro, com cobertura de 30 mil euros é obrigatório para os países que assinaram o Acordo de Schengen. O sistema público de saúde do Reino Unido (NHS — National Health Service) é gratuito. Podendo ser utilizado por residentes e cidadãos da UE. Também tem esse direito funcionários da NATO, organizações de trabalhos voluntários e países com acordo bi-lateral. Como não é o caso do Brasil, se você precisar, poderá ser atendido gratuitamente na emergência de um hospital. No entanto, quando for transferido para outro departamento do hospital, começará a pagar pelas despesas hospitalares e medicamentos. Pode não ser obrigatório, mas procure contratar um seguro viagem, para evitar transtornos durante sua viagem.
Moeda
O Reino Unido pode deixar de fazer parte da União Europeia, mas nunca adotou o Euro como moeda oficial. A Libra Esterlina nunca deixou de ser a moeda utilizada no local. No entanto, caso o BRExit seja confirmado, pode ser que a permanência da Escócia e Irlanda do Norte na União Europeia façam que esses países adotem o Euro como moeda, assim como é na Irlanda, que não faz parte do Reino Unido desde 1922.
O Reino Unido não vai deixar de fazer parte da Europa. A Europa é um continente e o Reino Unido é um estado soberano, composto pela Grã-Bretanha e a Irlanda do Norte (O nome oficial é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte ou, em inglês, United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland), que pertence ao continente europeu.
A partir de agora, só nos resta ficar de olho no que vai acontecer nos próximos dois anos. O referendo solicita a saída do Reino Unido da União Europeia. Mas, além de não ser imediato, também não é obrigatório. A decisão depende ainda do parlamento, que deve seguir a intenção popular. Entretanto, no primeiro final de semana de julho, milhares de britânicos foram às ruas protestar contra a saída do bloco europeu e pedir um segundo plebiscito. Mas, de fato, para quem viaja a turismo, ainda deverá seguir as mesmas regras que já são aplicadas, mesmo que o resultado do referendo seja confirmado. O fato concreto é que só a queda da libra esterlina já faz aumentar a busca de brasileiros pelo turismo na região.
*Atualizado em 08/07/2016 15h30